Saturday, March 11, 2006

Leituras Alentejanas (Manuel da Fonseca)


Tenho que confesar, a primeira vez que li Manuel da Fonseca foi no estrangeiro. O que descobri foram as pessoas que conheco quando vou ao Alentejo, os seus ditos, a sua maneira honesta de abracar e aceitar as durezas da vida.
Ler Manuel da Fonseca no estrangeiro, chega quase a ser uma viagem transdente, dentro das nossas memorias colectivas de um Alentejo que ano a ano vai se perdendo.


Falo dos livros de Manuel da Fonseca, porque todos pensam e mostram-nos como se vivia e se era "nos tempos que ja la vao". No entanto, este grande escritor mostra tambem algo muito caracteristico atraves da sua escrita, o pesimismo Alentejano.
Este pessimisto, roca por vezes, um existencialismo, mais profundo, tao Alentejano, nao tendo este nada tem haver com movimentos intelectuais, pois este brota das mais profundas experiencias de um Povo que cresceu sobre a lutar contra os elemetos para viver. E por isso se fez "existencialista" por forca de uma vida dura e sofrida, que muitos romantisam e nem chagam a imaginar a realidade.


Manuel da Fonseca, consegue como ninguem o ritmo da vida e a alma dos seus personagens e nostalgias. Ele mostra-nos as intimas solidoes, medos e questoes de um povo que vive numa terra em que todos se conhecem desde sempre.

Ler Manuel da Fonseca e ler o Alentejo, nas suas complexidades e durezas...posso mesmo dizer que, ler Manuel da Fonseca e ir ao Alentejo sem ser preciso viagar e onde cada pessoa conta a sua historia e nos da a ver os tempos nostalgicos quando a Terra arida e criadora.

Talvez quem tenha chegado perto do que Manuel da Fonseca mostra e conhece, tera sido Jose Saramago no seu primeiro romance "Levantando do Chao".
Ambos os escritores dao nos a ver e sentir o Alentejo...porque, o Alentejo nao se conhece atraves dos sentidos, mas sim com o coracao e alma, so assim se pode saber o que o Alentejo E, hoje e sempre.

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